Escolhendo as Faculdades de Arquitetura
A modalidade de ensino híbrido é uma realidade no Ensino Superior e um grande desafio para as instituições, pois cada curso tem sua especificidade e são muitas as ofertas em uma mesma Universidade.
Os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design predominam por uma metodologia aplicada ao fazer, projetar, testar, construir e a presencialidade exigida em visitas técnicas, nos canteiros e obras arquitetônicas, pede a imersão no ambiente urbano e construído, pede o convívio e o conhecimento das dinâmicas que envolvem as pequenas ou grandes cidades.
Há atualmente um posicionamento de faculdades de referência em Arquitetura e Urbanismo no país que se colocam extremamente cautelosas quanto a eficácia do ensino à distância para uma parcela de seus cursos, dado que certas condições de ambiente presencial e relações de ensino e aprendizagem são, de fato, insubstituíveis. Essas questões se colocam no atual momento, embora os desafios do EaD nos cursos superiores já estivessem lançados desde bem antes do isolamento social de 2020, principalmente nas faculdades particulares e se consolidaram em meio a esse que foi um grande balão de ensaio emergencial.
De qualquer modo, são muitas as faculdades de Arquitetura e Urbanismo espalhadas pelo país e esse crescimento se deve, em especial, ao grande número de instituições particulares que surgiram nas últimas décadas. As grandes universidades federais e estaduais oferecem seus cursos de Arquitetura e Urbanismo há bastante tempo e têm mantido uma boa avaliação segundo o MEC (Enade, Inep), que são hoje os grandes avaliadores de desempenho dos cursos superiores. Outros pontos importantes para a escolha, são a consulta pela matriz, grade curricular e programas de disciplinas, estabelecendo em aproximação, as semelhanças e diferenças entre as formações propostas em cada escola.
O estado de São Paulo está bem servido por faculdades de arquitetura, mas a escolha não é simples.
Muitas condições estão em jogo na hora de eleger os pré-requisitos que norteiam a eleição da escola mais adequada para cada um, a começar pelo investimento financeiro, que pesa na balança de muitas famílias.
As instalações e a infraestrutura oferecidas como uma boa biblioteca, salas de aula diferenciadas (com pranchetas de desenho), a presença de laboratórios instalados (de maquetes, de informática, de conforto ambiental, de tecnologia) são condições que podem ser informadas pelos sites e canais das universidades. Valem uma visita para conferência quando há maior interesse por uma determinada instituição, e nesse ponto, a minoria dos estudantes aspirantes visitam as instalações físicas onde serão ministrados os cursos.
Independentemente de serem faculdades públicas ou privadas, uma carga curricular mínima está garantida por regulamentação; as disciplinas fundamentais de primeiros semestres são semelhantes em todas as escolas e as diferenciações passam a ser mais evidentes após o segundo ano letivo. Há por exemplo, alguns programas especiais que permitem uma formação mista entre Engenharia Civil e Arquitetura que está em vigor na USP, e que pode interessar a muitos candidatos.
Outras informações que devem pesar na escolha das faculdades: a manutenção de atividades extracurriculares (visitas e tours arquitetônicos, desenvolvimento de escritórios-modelo), os programas de inserção profissional (o estágio como atividade obrigatória ou complementar), a participação dos alunos em concursos de arquitetura, planejamento urbano ou design.
Além da graduação, é recomendável tentar saber mais sobre os cursos de pós-graduação.
De um modo geral, além da gratuidade do ensino, há uma grande diferença entre as faculdades públicas e particulares: as públicas se destacam pelo seu potencial de especialização profissional e pesquisa científica/acadêmica em pós-graduação, com cursos de mestrado e doutorado de boa qualificação.
A pesquisa e a formação em pós-graduação ainda não é o ponto forte da maioria das faculdades particulares, que têm se voltado para uma formação de nível básico visando a inserção do futuro profissional no mercado de trabalho. Porém, há faculdades que oferecem, por exemplo, bons cursos de extensão e mesmo intercâmbios e parcerias com instituições no exterior, abrindo possibilidade de formação diferenciada já a partir da própria graduação. Seria importante verificar também se a instituição oferece bolsas para graduação e para iniciação científica em grupos de pesquisa de professores alocados dentro da própria escola.
Texto e fotos: Stella Miguez